segunda-feira, 14 de julho de 2008

Será que realmente há chance para Bacabal e Sampaio fazerem um bom papel na Série C do Futebol Brasileiro ?

É de se impressionar o desempenho dos times maranhenses neste início de Série C. O Sampaio está em segundo lugar com 5 pontos, no Grupo 4. Já o Bacabal é líder do Grupo 3, com 7 pontos ganhos. Esta é apenas a 1a fase do Campeonato Brasileiro da 3a divisão que promete ser difícil como nos últimos anos. Será que estes dois clubes conseguirão fazer um bom papel neste campeonato?

Difícil responder, pois a cada mês ou menos, jogador entra e sai nos clubes do futebol maranhense. O atleta não cria um vínculo com o torcedor. Mas há uma explicação óbvia para isso: a falta de condições financeiras dos times do Maranhão. O jogador ao receber uma proposta de outro estado para jogar, raramente pensa duas vezes e aceita o convite. O problema se constitui na base da pirâmide do futebol maranhense, ou seja, na Federação e na administração dos clubes.
É uma situação complicada para Bacabal e Sampaio segurarem os seus jogadores durante o resto ano e financiar viagens, estadia em concentração entre outros.
Falta marketing para o Campeonato Maranhense, como por exemplo, nas partidas não há um incentivo para o torcedor ir ao estádio torcer pelo próprio time.

Ultimamente o que se tem visto são clubes que recebem apoio financeiro da respectiva prefeitura. Isto alia interesses políticos e do próprio clube, pois este consegue montar um bom time com uma razoável comissão técnica. A ajuda é boa para o clube disputar campeonatos, sem ter problemas de viagens e concentração.

Isso é o que acontece com o Bacabal. O time patrocinado pela prefeitura de lá conseguiu contratar jogadores de "nome", como Sérgio Manoel, Donizete Amorim, Sorato e Tico Mineiro. Com esta ajuda, o BEC reconstruiu o seu estádio Correão e foi transformado numa arena e é considerado um "caldeirão", fazendo com que se torne cada vez mais difícil o visitante vencer neste estádio. Mas vale lembrar que este patrocínio da prefeitura de Bacabal não é a maravilha das maravilhas, pois a situação política do Maranhão é sempre complicada e não há condições financeiras suficientes para resolver os vários problemas que o estado se encontra.

No caso do Sampaio, a marca do clube já é conhecida, pois no Maranhão o clube tradicional é chamado de Bolívia Querida, o time do povo maranhense entre outros apelidos. Em relação ao Bacabal, as condições financeiras da Bolívia são aparentemente maiores até pouco tempo. Hoje, o Sampaio não tem um próprio estádio de futebol, não há uma ajuda financeira que faça o clube sair de uma situação complicada economicamente e isso faz com que os jogadores e comissão técnica não fiquem por muito tempo no time. Assim há o impedimento do bom trabalho, pois se ficassem mais tempo nos clubes, os times estariam à beira do mês de agosto já introsados, bem preparados fisicamente para suportar duas competições, como o Estadual e a Série C.

Por isso é surpreendente como o Sampaio e Bacabal estão conseguindo administrar os dois campeonatos. No maranhense, estão classificados para as semi-finais do 1o turno e no Campeonato Brasileiro da Série C, o Sampaio se encontra em uma boa situação e o B.E.C. só precisa de mais uma vitória para garantir a classificação à 2a fase. Basta saber se estes terão "pernas" suficientes, com as poucas condições econômicas que se encontram, para aguentarem até novembro, o ritmo de duas competições tão pesadas a nível de futebol maranhense.

sábado, 5 de julho de 2008

A vitória de uma nação: LDU campeã da Libertadores !

Uma partida histórica !
Essa foi a decisão da Libertadores 2008 entre Fluminense x Liga Deportiva Universitária (LDU), do Equador.
Independente do resultado, a final será dificilmente esquecida tanto para os campeões equatorianos quanto aos tricolores vice-campeões. Também não será esquecida por quem viu o jogo e não torceu para o Flu.
A partida começou às 22h e até à decisão por pênaltis já se passava da 1h da manhã do dia seguinte. Não lembro uma partida começar num dia e terminar no outro nesse horário.

Para os torcedores do Flu é inexplicável o que aconteceu na decisão. O torcedor com certeza pensou: levando em conta a sorte e a competência de eliminar São Paulo e Boca Jrs., respectivamente - considerado os dois grandes da América, o Fluminense será campeão da Libertadores. E ainda mais por que o time conseguiu fazer o mais difícil: reverter uma vantagem de dois gols da LDU, sendo que ainda levou um gol logo no começo. Fez 3 a 1 e aos 30 min da 2a etapa tinha tempo de sobra para fazer só mais um golzinho para ser campeão.
Com a sorte que o Flu estava nesse campeonato, muita gente apostava no título. É a chamada sorte de campeão. Realmente o tricolor carioca estava mesmo com essa sorte. Este fator fez com que Thiago Neves fizesse três gols numa decisão. Apesar da qualidade que o atleta tem, é raro ver um jogador fazer três gols numa final.

Mas o que aconteceu afinal com o Flu, que poderia ter definido o título no tempo normal?
Cansaço mental e físico? A satisfação de ter pelo menos tirado a diferença e a partir disto levar a decisão para a prorrogação ou penaltis?
Pode até ser. Só que do outro lado tinha um equipe que representava uma nação, um povo que tinha a esperança do título, do primeiro campeonato para o Equador. Como foi impressionante ver o Guerrón jogando pelas pontas, com um ótimo preparo físico. A prova disto foi a jogada que ele fez e na qual resultou no gol de Bolaños para a LDU e no último lance da prorrogação ele saiu em disparada ao gol do Flu e foi parado somente com falta, resultando na expulsão de Luiz Alberto, zagueiro do time brasileiro.

São tantas coisas que podemos falar desta final. Podemos citar a raça, vontade, competência e coragem dos jogadores da LDU, que jogaram muito bem taticamente. Parecia até o Boca Jrs jogando fora de casa. Outro ponto a destacar em relação a essa equipe foi a união que um país inteiro fez para torcer por este time, aumentando ainda mais a responsabilidade de conquistar o primeiro título para o Equador.
Afirmo ainda mais. A decisão foi entre Fluminense e alguns torcedores de outros times que não são os seus rivais X Equador (LDU representando um país inteiro).

Se estivessemos no Equador, ficaríamos emocionados ao ver uma nação parada e ligada na TV ou no rádio na expectativa para acompanhar o time da casa ir em busca do sonho de ser campeão da América.

Porém no Brasil, a maioria dos flamenguistas, vascaínos, botafoguenses e torcedores de outros times grandes torciam para que o Fluminense fosse derrotado. Dá para entender isso, pois neste país vive-se um outro nível de futebol, o melhor, o mais conhecido do mundo e apaixonante.
A população equatoriana sabia que uma outra oportunidade desta, provavelmente não iria acontecer tão cedo. Pode até ser que haja, mas uma coisa é certa: o país e os jogadores da Liga Deportiva Universitária viveram este jogo como se estivessem numa decisão de Copa do Mundo.

Isso pode ter sido o fator fundamental da final. Quem acreditava que a LDU seria campeã? Pouca gente, a minoria. Mas na decisão, o time equatoriano cresceu e com autoridade foi o campeão.

Não adianta os torcedores, dirigentes, técnico e jogadores do Fluminense dizerem que o juiz roubou, apesar da arbitragem ruim do árbitro argentino Baldassi. O gol que por exemplo, Washington perdeu cara a cara com o goleiro Cevallos foi incrível. Mas não quero pôr a culpa no atacante brasileiro. Não se pode esquecer o que ele fez nesta Libertadores. Duvido se os são-paulinos esqueceram do gol dele de cabeça aos 47 do segundo tempo e que causou a eliminação do tricolor paulista neste mesmo campeonato.

Faltou competência nas cobranças de pênalti do Flu. É incrível como o gol ficou menor para os cobradores da equipe carioca. Mérito para Cevallos, herói equatoriano, quase em fim de carreira, se eternizou defendendo os pênaltis e dando, assim, o título ao Equador.

Não devemos analisar que o Fluminense perdeu, mas a LDU venceu com justiça e méritos. O Flu jogou muito, merecia ser o campeão da Libertadores pelo que fez durante a competição. Mas na final foi justo a Liga Deportiva ser a campeã.
O Fluminense não perdeu, mas a LDU foi a campeã da Taça Libertadores da América de 2008. O time terá a honra de disputar o Mundial de Clubes no fim deste ano e a possibilidade é grande que a final seja entre LDU X Manchester United.