domingo, 9 de outubro de 2011

ENTREVISTA COM ADEMIR DA GUIA - O DIVINO DA BOLA parte 1


Com muita honra, entrevistei o divino mestre Ademir da Guia, um dos maiores ídolos, senão, o maior da história do Palmeiras. Para quem não conhece muito a história dele, abaixo a sua biografia como jogador de futebol. Confira abaixo a primeira parte da entrevista exclusiva de seu Ademir para o BLOGSPORTECLUBE.

Filho de Domingos da Guia – chamado de “Divino”, um dos maiores zagueiros que o Brasil já produziu, que já foi campeão em três times de países diferentes (Vasco-BRA, Boca Jrs-ARG e Nacional-URU), jogou pela seleção na Copa de 1938, na França e fez carreira no Bangu-RJ e Corinthians-SP nos anos 1940 -, Ademir da Guia foi um dos jogadores que fizeram história no futebol brasileiro, principalmente no Palmeiras nas décadas de 1960 e 1970.

Ademir nasceu em 1942, em Bangu, no Rio de Janeiro, com dois anos de vida, chegou a São Paulo para ver o pai jogar no Corinthians. Visitou diversas vezes o Parque São Jorge, mas quatro anos depois voltou à terra natal, lugar em que Domingos encerrou a carreira. A influência do futebol era mais que evidente e o menino deu os primeiros passos neste esporte jogando no Bangu, clube em que jogou o pai. Desde 1957, participou das categorias de base e foi campeão com o time carioca do 1º Torneio Internacional de Nova York em 1960. Ele brinca que se considera tricampeão no clube, pois em 1954 ganhou o carioca de natação, cinco anos depois foi campeão juvenil e ganhou o título internacional de NY em 1960.

Ademir revela que o pai o levou para treinar no Corinthians antes da metade dos anos 1950. Ele também treinou no Santos por alguns dias, mas acha que o destino fez com que eles voltassem para Bangu e ele começasse a carreira por lá.

Em 1961, com 19 anos de idade, transferiu-se ao Palmeiras, porém as negociações com o time carioca não foram fáceis. Ademir conta que durante as excursões do Bangu para jogar em Campinas, houve interesse do Guarani, mas sem sucesso. Porém, uma pessoa foi responsável pela grande transformação da vida dele. “Naquela época, o passe era preso. para o Bangu me vender ao palmeiras, eles tiveram que entrar em acordo. ao contrário de hoje, em que o jogador tem um contrato e, assim que termina, ele está livre. Então, quis o destino que o Bangu viesse aqui a São Paulo. O Bangu veio jogar com guarani e ponte preta e o técnico do guarani era o Rivanesk. Ele me indicou para o bugre, porém o Bangu não quis vender. E passaram seis meses, o Rivanesk veio para o palmeiras e novamente indicou o meu nome e, assim, me vendeu”, relata Ademir.

Inicialmente, ir para o Palmeiras foi uma escolha profissional, pois os Da Guia consideravam uma boa estratégia sair de Bangu e jogar por um grande time como o Verdão. A partir daí começou a carreira vitoriosa de Ademir. No clube paulista ganhou praticamente tudo o que disputou. Participou de um time que era considerado a “Academia”, pois chegava até a rivalizar com o Santos, de Pelé. Quando chegou ao Verdão, ficou um ano e meio na reserva, pois o time era muito bom e somente em 1963 começou a figurar entre os titulares na equipe, de onde não saiu mais.

Nos anos 60, o Palmeiras fazia diversas excursões para o exterior. Assim, jovem promissor, ganhou torneios internacionais considerados importantes naquele período como:

1962 - Torneio Quadrangular de Lima-PER, Torneio Cidade de Manizales-COL e Fita Azul do Futebol Nacional.
1963 – Torneio de Florença-ITA; Torneio Pentagonal de Guadalajara-MEX
1969 – Troféu Ramón de Carranza-ESP

Já em terras nacionais, Ademir e o Palmeiras colecionavam títulos e ao lado do Santos consagraram-se como os melhores times brasileiros da década.
Campeonato Paulista (1963, 66 e 69 – neste último, venceu o Torneio Início do Campeonato Paulista)
Torneio RIO-SP (1965)
Taça Independência; Copa IV Centenário do RJ (1965)
Torneio Quadrangular de SP (1966)
Taça Interestadual de Campeões SP-PE (1967)
Taça Brasil (1967)
Taça Roberto Gomes Pedrosa (1967 e 69)

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